Seminário debate experiências de participação social em saúde e defesa do SUS desenvolvidas por movimentos sociais

Atividade do projeto Participa+ reuniu representantes de movimentos sociais que integram o Fórum Direito Humano à Saúde

Refletir sobre os desafios, as perspectivas e as ações necessárias para a ampliação do controle social e da defesa do SUS foi o objetivo do “Seminário de Sistematização de Experiências de Movimentos Sociais”, que constitui um dos eixos de atuação no projeto Participa+ e envolve pesquisadores no tema. A atividade reuniu representantes de oito movimentos sociais, que fazem parte do Fórum Direito Humano à Saúde (DH Saúde), além de integrantes do grupo de pesquisa do Ceap (Centro de Educação e Assessoramento Popular), em Brasília/DF, nos dias 19 e 20 de junho.

De acordo com o educador popular, Henrique Kujawa, o seminário teve como objetivo sistematizar experiências de oito movimentos e organizações sociais, organizados em diferentes locais do Brasil, identificando suas ações de participação e controle social na saúde, atuando em defesa do Sistema Único de Saúde (SUS). “O objetivo da sistematização das oito experiências é olhar para as práticas dos movimentos sociais no tema participação social em saúde e defesa do SUS e, a partir dessa prática, também identificar quais são os desafios colocados para a continuidade do trabalho”, disse Kujawa.

Participação em saúde

O seminário possibilitou o avanço nos planos de sistematização dos movimentos sociais e organizações que estão envolvidas neste levantamento: MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), MAB (Movimento dos Atingidos por Barragens), CONAM (Confederação Nacional das Associações de Moradores), UBM (União Brasileira de Mulheres), Contag (Confederação Nacional de Trabalhadores Rurais, Agricultores e Agricultoras Familiares), ANP (Articulação Nacional das Pescadoras), MNDH (Movimento Nacional de Direitos Humanos) e do Coletivo Iamodê.

“Falamos de participação social em saúde porque nem todos os movimentos têm atuação nos Conselhos Municipais de Saúde mas, ao mesmo tempo, têm outras atividades centrais de participação na temática saúde, com uma estrutura própria, inclusive de organização, que serão sistematizadas neste trabalho”, pontuou Henrique.

Também ajudaram na organização do seminário e estão envolvidos com a sistematização das experiências os pesquisadores Ésio Salveti, Iara Lins, Rodrigo Pinto, Ana Claudia Teixeira e Frederico Viana Machado.

Ações de sistematização

Conforme Kujawa, o resultado do seminário é que cada movimento e organização, com o acompanhamento da equipe de pesquisadoras e pesquisadores do Ceap, avançou na formulação do plano de sistematização das experiências específicas de cada organização. “Os movimentos saíram com os planos de sistematização elaborados, agora a tarefa é justamente fazer a sistematização. Cada integrante da equipe de pesquisa do Ceap vai acompanhar um ou dois movimentos, executando esse plano de sistematização a partir da experiência definida por eles”, disse.

Os planos elaborados preveem a localização de documentação e recuperação da memória. Além disso, a equipe de pesquisa irá visitar as experiências, fazendo processos de imersão e contribuindo com cada um dos movimentos e organizações. Em novembro um novo encontro deve ocorrer, possibilitando que o grupo apresente as experiências sistematizadas. Já em dezembro, um Seminário do Fórum Direito Humano à Saúde fará um debate a partir das oito experiências sistematizadas, identificando as potencialidades e os desafios que elas apontam para que os movimentos continuem a ampliar o controle social e a defesa do SUS.

Participa+
O projeto Participa+ é promovido pelo Conselho Nacional de Saúde (CNS), executado pelo Centro de Educação e Assessoramento Popular (Ceap), em parceria com a Organização Pan-Americana de Saúde (Opas). A ação é organizada pela Comissão Intersetorial de Educação Permanente para o Controle Social no SUS do CNS (CIEPCSS/CNS).

Fórum DH Saúde
O Fórum Direito Humano à Saúde reúne movimentos sociais e entidades brasileiras com caráter popular que atuam em rede para o fortalecimento da participação e do controle social, promovendo ações em defesa do SUS e do direito humano à saúde.

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