Campanha Vote Pelo SUS lança série de Podcasts

A Campanha Vote Pelo SUS promovida pelo Fórum Direito Humano à Saúde (Fórum DH Saúde) lançou uma série de Podcasts com o intuito de defender a democracia e fortalecer o Sistema Único de Saúde (SUS). A cada episódio, lideranças de movimentos sociais e organizações populares apresentam um pouco do trabalho desenvolvido nos seus territórios de atuação e contam sobre a relevância do SUS nas suas ações.

A Campanha Vote Pelo SUS é desenvolvida nas Eleições Municipais de 2024 em todo o Brasil. As entrevistas conduzidas por Marcelo Araujo, abordam a importância do voto em candidatas e candidatos que defendam o SUS, o panorama atual da saúde e desafios percebidos na atuação dos movimentos sociais. Os convidados falam sobre a importância de uma saúde de qualidade e de como o sistema atua em seus territórios, apontando também visões de futuro sobre o fortalecimento da saúde pública brasileira.

Podcasts

A série conta com 11 podcasts que serão lançados antes das eleições municipais que ocorrem em 6 de outubro. O primeiro episódio teve a participação de Ruan Wendell, representante da União de Negras e Negros pela Igualdade (Unegro), movimento que possui 36 anos de história, estando presente nas 27 capitais do Brasil. “Quando a gente fala de saúde, falamos da população negra do Brasil, a gente também entra na questão da saúde tradicional e o que a população negra tem a oferecer”, disse.  Wendell destaca que a população negra e os povos de terreiros atuam em conjunto com a ciência, cuidando também da espiritualidade. “Elas andam juntas, então não existe essa contradição de que a nossa espiritualidade, a nossa ancestralidade não compactua com a ciência. A gente compactua sim com a ciência, inclusive a gente anda junto para que a gente consiga desenvolver um SUS mais amplo, transversal, popular, que todo tipo de pessoa consiga acessar e se sentir, de fato, reconhecido no Sistema Único de Saúde”, finalizou.

No segundo episódio o entrevistado é Leonardo Aprígio, representante da Rede Jovem Rio+, movimento que também integra o Fórum DH Saúde e atua há 15 anos no Rio de Janeiro, promovendo ações de conscientização e apoio a adolescentes e jovens que convivem com HIV/AIDS. “Para além do acolhimento, a gente também tem compromisso de fazer incidências políticas nos territórios aqui do estado, justamente para a gente saber como é que está funcionando este atendimento e acolhimento nas redes públicas de saúde de pessoas vivendo com HIV. O tratamento de HIV e AIDS é oferecido gratuitamente e a única forma de retirar a medicação é exclusivamente pelo SUS, então a gente trabalha sempre com essa interseção, justamente entendendo que o fortalecimento do SUS está diretamente ligado à manutenção da vida das pessoas vivendo com HIV e AIDS”, pontuou.

A discussão sobre a democratização do SUS e a atuação da classe trabalhadora nessa conquista foi abordada na terceira edição da série que contou com a participação de Carmem Santiago, representante da Central Única dos Trabalhadores (CUT/Brasil). “A CUT sempre esteve presente à frente dessas maiores lutas e dois setores que são muito importantes, que é a saúde e educação. A CUT tem ajudado bastante nas Normas Reguladoras que tratam sobre vários temas da saúde do trabalhador e da trabalhadora, atuando também na participação do controle social. Acho que a CUT tem feito um papel extraordinário de articular a representação nos conselhos municipais, estaduais e no Conselho Nacional de Saúde”, conta.