Passo Fundo, no Rio Grande do Sul, recebeu a 82ª Oficina do Projeto Participa+ concluindo o ciclo de oficinas programadas para o ano de 2024
Promover a reflexão, discussão e formação sobre o controle social no Sistema Único de Saúde (SUS) é um dos objetivos do Projeto Participa+. A oficina presencial que aconteceu nos dias 1º e 2 de agosto, em Passo Fundo (RS), contou com a participação de 30 pessoas, entre conselheiras e conselheiros de saúde e lideranças de movimentos e organizações sociais.
De acordo com a conselheira distrital indígena, Maria Beatriz da Rosa, participar da atividade contribui para sua atuação à frente do Conselho de Saúde. “O Projeto Participa+ vem trazer o conhecimento de forma mais prática, para que a gente entenda como está a situação, fortalecendo uma rede de pessoas que trabalham nos sistemas, a fim de compartilhar informações e melhor entender o que é ser um conselheiro, para que de fato as coisas aconteçam e não fiquem só no papel”, disse.
A Oficina foi conduzida pela educadora popular do Ceap, Jannayna Sales, que abordou a importância da formação permanente. “Pensar em educação permanente é pensar na inserção das pessoas dentro desse sistema, para que sejam protagonistas, para que possam defender a saúde, de forma humana e com acesso às necessidades que precisam. Formação permanente é diferente de educação continuada, que é o aperfeiçoamento de formação para o trabalho. A educação permanente diz respeito sobre a sua prática no trabalho, não depende somente da formação social, mas da atuação como agente político”, pontuou.
Participação é fundamental para fortalecer o SUS
A integrante do Movimento Negro e da Associação Cultural de Mulheres Negras do Rio Grande do Sul (ACMUN), Ana Maria da Rosa Prates, destacou a importância do SUS no atendimento à população. “Esta formação é importante para que a gente possa fortalecer o SUS e também pensar em como as políticas públicas podem atender as especificidades das pessoas, como pessoas negras, indígenas, quilombolas, pessoas que moram em bairros mais periféricos e que sofrem mais para ter o atendimento à saúde”, pontuou.
A oficina contou também com a presença de dois representantes do Conselho Estadual de Saúde do Rio Grande do Sul (CES/RS), Jaime Braz Ziegler, que integra a Comissão de Financiamento e a Mesa Diretora e Valdemar de Jesus da Silva, integrante da Comissão Permanente para o Controle Social do SUS. “Muitas vezes, nos territórios, as pessoas não têm noção da importância da participação popular para fortalecer o conselho, então é importante estarmos trabalhando o dia a dia, destacando essa importância do envolvimento das pessoas”, disse.
Projeto Participa+
O Participa+ Formação para o Controle Social no SUS está na sua 4ª edição, sendo promovido pelo Conselho Nacional de Saúde (CNS) e pelo Centro de Educação e Assessoramento Popular (Ceap), em parceria com a Organização Pan-americana de Saúde (Opas). O projeto vem, desde 2016, qualificando a atuação de conselheiras e conselheiros de saúde e lideranças de movimentos sociais através da formação, do fortalecimento institucional e da produção de conhecimento.
A formação é desenvolvida em duas etapas, a primeira virtual, por videoconferência, e a segunda de forma presencial. A equipe de educadoras e educadores do Ceap conduz o debate sobre a história do SUS, políticas públicas relacionadas ao financiamento da saúde, o papel dos conselhos e conselheiros municipais e estratégias para o fortalecimento do SUS e dos conselhos locais e distritais. Ao final da oficina, os participantes têm o desafio de pôr em prática um plano de multiplicação, com o objetivo de levar o conhecimento sobre o controle social no SUS para suas comunidades locais.
“Você precisa defender o SUS porque ele garante o direito humano à saúde. E a gente não pode abrir mão de defender esse direito. Então, a gente precisa estar ativo, conhecer, militar da forma que seja, mas a gente precisa estar envolvido e participar do SUS”, finalizou a educadora Jannayna.
Essa foi a 82ª Oficina do Projeto Participa+ realizada no ano de 2024, finalizando essa ação nesta edição do projeto. Aconteceram oficinas em todos os estados brasileiros e no Distrito Federal, mobilizando milhares de pessoas. O projeto também realiza outras atividades, como Rodas Temáticas de Conversa virtuais, abertas para a participação de qualquer interessado, cursos de ferramentas virtuais para os Conselhos Estaduais de Saúde, encontros sobre práticas de multiplicação, entre outras ações.